
Por que a MLS ficou de fora do álbum da Copa do Mundo de Clubes? Descubra os conflitos de direitos de imagem no esporte!
A ausência de jogadores e clubes da Major League Soccer (MLS) no álbum oficial da Copa do Mundo de Clubes de 2025 vai além de uma simples decisão editorial. Esse fato reflete uma complexa rede de direitos de imagem, contratos de licenciamento e disputas de mercado entre grandes empresas do setor esportivo, evidenciando os desafios contemporâneos da governança no esporte.
Ao explorar o álbum produzido pela Panini, é notável a falta de jogadores e escudos dos clubes norte-americanos, embora a MLS tenha representantes no torneio. Essa ausência não se deve a um erro, mas sim a uma barreira legal: a liga possui um contrato de exclusividade com a empresa Topps, que detém os direitos de comercialização de figurinhas e cards dos clubes e atletas.
No coração dessa questão está o contrato de exclusividade entre a MLS e a Topps, que impede outras empresas, como a Panini, de incluir jogadores da liga em suas coleções sem autorização. Esse tipo de acordo é comum no esporte e representa um exercício legítimo da autonomia das entidades desportivas na gestão dos direitos de imagem.
Entretanto, os efeitos dessa prática impactam diretamente a experiência do torcedor e a noção de inclusão nas grandes competições. Enquanto a FIFA propõe a Copa do Mundo de Clubes como uma celebração da globalização do futebol, as restrições comerciais fragmentam essa experiência. Os torcedores que desejam colecionar todos os participantes do torneio se deparam com lacunas causadas por acordos empresariais, e não por critérios esportivos.
Embora esses contratos sejam legais, levantam a discussão sobre a prioridade dos interesses comerciais sobre o espírito integrador das competições internacionais. Em um tempo de globalização esportiva, essa fragmentação expõe as limitações do modelo de governança atual.
No Brasil, a Lei Pelé reconhece o direito de arena, permitindo que atletas cedam seus direitos de imagem coletiva às entidades organizadoras das competições. Contudo, o modelo americano é diferente, pois os jogadores assinam contratos diretamente com a liga, centralizando a gestão desses direitos.
A existência de acordos de exclusividade é respaldada pelo Código Civil, que trata da liberdade contratual e dos contratos de cessão de direitos. Assim, as restrições contratuais são válidas, embora seus impactos possam ser questionados sob a perspectiva da função social do contrato e da liberdade de informação.
A ausência dos clubes da MLS no álbum da Copa do Mundo de Clubes representa um sintoma das disputas de poder entre empresas e da fragmentação dos direitos de imagem no esporte. Essa situação ressalta a necessidade de repensar os limites entre a exploração econômica e a inclusão simbólica.
No final, quem sai perdendo é o colecionador e o torcedor, e, por consequência, a própria ideia de que o futebol é uma linguagem universal, apesar dos interesses econômicos que o cercam.