Estudantes de Direito Conhecem os Bastidores do STJ em Programa Sobre Equidade e Justiça

Na última quinta-feira, 8 de outubro, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) recebeu a visita de 20 estudantes negros e quilombolas que estão cursando Direito em diversas instituições do país. Essa ação faz parte do programa Vivências SAJ: o Jurídico para Equidade e Diversidade, que busca aumentar a representatividade da população negra e quilombola nas carreiras públicas do Sistema de Justiça.

Durante a visita, os estudantes tiveram a oportunidade de conhecer o funcionamento do tribunal e refletir sobre a prática das profissões jurídicas, bem como sobre a implementação de políticas públicas voltadas à promoção da equidade. O presidente do STJ enfatizou a importância de ir além do sistema de cotas, abordando as diversas barreiras que historicamente marginalizam afrodescendentes e outros grupos vulneráveis. Ele destacou a urgência de oferecer meios que enfrentem as desigualdades e promovam a diversidade no Judiciário.

O juiz auxiliar do STJ sublinhou que coragem e resiliência são essenciais para quem deseja seguir carreira na área jurídica. Ele encorajou os estudantes a não verem as dificuldades como barreiras, mas sim como desafios que podem ser superados. Segundo ele, um juiz que não tem coragem pode ser um obstáculo para a sociedade, e é fundamental que os futuros profissionais defendam os direitos de seus clientes com determinação.

A coordenadora do Centro de Estudos Jurídicos da Presidência da República também participou da visita e pontuou a importância dessa experiência para os estudantes. Para ela, é essencial que eles se sintam pertencentes a esses espaços, que tradicionalmente podem parecer distantes. O programa é uma ação afirmativa que visa reparar uma dívida histórica do país com a população negra e quilombola.

Os participantes destacaram a emoção de vivenciar essa experiência. Uma aluna, que é parte de uma comunidade quilombola, expressou como é diferente compreender a teoria do Direito em um ambiente prático como o STJ. Ela ressaltou que a distância, tanto física quanto social, pode afastar estudantes das oportunidades disponíveis. Sua motivação para cursar Direito vem da necessidade de atuar em sua comunidade, onde existem desafios significativos relacionados à violação de direitos.

A visita ao STJ foi um passo significativo para mostrar aos estudantes que o sistema jurídico é um espaço que também lhes pertence e que, apesar das dificuldades, é possível superar desafios e contribuir para uma sociedade mais justa e igualitária. Essa iniciativa é uma demonstração clara de que há um movimento em direção ao fortalecimento de políticas de acesso e inclusão, trabalhando para um futuro mais representativo no campo jurídico.

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